Quando admitimos a ideia de que somos meros aprendizes, a desconfiança, a dúvida e o questionamento são instrumentos dos quais a razão nos dipõe na prevenção contra os enganos. No entanto, antes de questionar, é preciso compreender a natureza do questionamento.
Não se trata de impor barreiras excessivas ao conhecimento, mas de podar as dúvidas a fim de iluminar caminhos possíveis em direção ao conhecimento verdadeiro.
Não é ser descrente de tudo, pois a crença é um tipo de seta provisória que conduz o caminhante para uma meta almejada.
O problema da busca é a fixação em determinada(s) crença(s), tratando-a(s) como ideia(s) inquestionável(eis). Tal inflexibilidade de pensamento pode levar ao engessamento da mente, circunscrevendo a caminhada em atavismos cada vez mais arraigados.
Investigar a realidade requer persistência na busca e franqueza no reconhecimento da própria ignorância, tendo em vista a nossa limitada condição diante da complexidade daquilo que chamados de verdade.